sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Amor não tem preço!

Uma tarde, um menino aproximou-se de sua mãe, que preparava o jantar, e entregou-lhe uma folha de papel com algo escrito. Depois que ela secou as mãos e tirou o avental, ela leu: - Cortar a grama do jardim: R$3,00 - Por limpar meu quarto esta semana R$1,00 - Por ir ao supermercado em seu lugar R$2,00 - Por cuidar de meu irmãozinho enquanto você ia às compras R$2,00 - Por tirar o lixo toda semana R$1,00 - Por ter um boletim com boas notas R$5,00 - Por limpar e varrer o quintal R$2,00 - TOTAL DA DIVIDA R$16,00 A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expectativa. Finalmente, ela pegou um lápis e no verso da mesma nota escreveu: - Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida - NADA - Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti - NADA - Pelos problemas e pelos prantos que me causastes - NADA - Pelo medo e pelas preocupações que me esperam -NADA - Por comidas, roupas e brinquedos - NADA - Por limpar-te o nariz - NADA - CUSTO TOTAL DE MEU AMOR - NADA Quando o menino terminou de ler o que sua mãe havia escrito tinha os olhos cheios de lágrimas. Olhou nos olhos da mãe e disse: "Eu te amo, mamãe!!!" Logo após, pegou um lápis e escreveu com uma letra enorme: "TOTALMENTE PAGO". Assim somos nós adultos, como crianças, querendo recompensa por boas ações que fazemos. É difícil entender que a melhor recompensa é o AMOR que vem de Deus. E para nossa sorte é GRATIS.

domingo, 18 de setembro de 2011

"Tudo posso? Naquele que me fortalece?"

TEXTO: Filipenses 4.13 – Posso todas as coisa naquele que me fortalece.
Será que o Cristão pode fazer de tudo? Será que temos, por meio de Cristo, poder para realizar qualquer feito? O que é que Paulo quis dizer com esta declaração ousada?

O contexto imediato
Esta passagem tem sido entendida por muitos Cristãos como uma afirmação geral de que realmente “tudo” pode fazer.

Como Paulo usava “tudo”
Ajuda-nos a entender que Paulo, como autores e oradores modernos, às vezes usava o adjetivo “tudo” (gr. panta de pas) para se referir à maior parte ou à maioria de uma categoria, sem necessariamente se referir a algo em sua totalidade.
Podemos ver este tipo de uso em passagens como 1 Cor. 9:22 “...Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.” Paulo não quis dizer que havia se tornado absolutamente tudo para com toda a humanidade. O ponto dele foi de que ele se esforçou, negando seus próprios interesses e tendências, para influenciar todos aqueles com quem ele teve contato e oportunidade.
De forma parecida, em Colossenses 1:28 Paulo afirmou “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. Aqui Paulo não quis dizer que ensinava literalmente todos os homens existentes, nem que aquilo que ele ensinava fosse toda a sabedoria existente. O ponto dele, novamente, se restringia àqueles dentro do seu raio de alcance e à sabedoria necessária e suficiente para a plena vida em Cristo.
Da mesma forma, em Fp 2:21, ao dizer “pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.” Paulo não estava se referindo à totalidade da raça humana, nem a todos da cidade de Roma, onde ele se encontrava (Fp 1:13). Ele estava se referindo a muitos outros que não se preocupavam com seus interesses da forma como Timóteo havia feito.
O foco da passagem
Embora muitas traduções modernas como a NVI, ARA e BJ traduzam o verso praticamente igual como “tudo posso naquele que me fortalece”, aqui a NTLH traz uma tradução bastante interessante “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”.
É um equivoco pensar que o ponto de Paulo é que, com Cristo, ele pode alcançar grandes realizações ou conquistas. Paulo, embora falando das coisas que fazia por conta própria, já descartou a importância das grandes realizações pessoais. Em Fp 3:4-8 Paulo relembrou suas grandes conquistas em nome do zelo religioso. Daí, ele mostrou como o simples conhecer e comunhão com Cristo eram muito superiores a todas as suas conquistas (FL 3:8,10). Dificilmente Paulo agora estaria chamando a atenção dos Cristãos em Filipos para a idéia de realizar grandes coisas, mesmo com Cristo.
 Perigo de interpretação
Tudo posso naquele que me fortalece? Sim, se for da vontade de Deus. Existe pelo menos um perigo nessa interpretação demasiadamente genérica deste versículo. Crentes podem ficar frustrados ou duvidando das promessas de Deus se tentarem coisas que consideram dentro da vontade de Deus, mas falharem.  
Se “tudo posso naquele que me fortalece” significa que posso realizar qualquer obra ou feito, desde que seja algo que Deus teoricamente ia querer, então haverá muita frustração, pois nem sempre Deus de fato faz tudo que pode. Deus podia ter evitado que Cristo morresse na cruz (Mat 26:53). Certamente Ele não queria que Cristo tivesse que morrer na cruz. Mas, por causa do grande amor que Ele por nós (outro aspecto da sua soberana vontade), Ele permitiu.
(Se nem Deus sempre faz tudo que pode e tudo que quer, podemos concluir que nem tampouco o homem fará, ou que Deus o fará por meio dele).
A Paulo, um homem de fé sincera e poderosa, foi negado algo bom e desejável que pediu ao Senhor – uma cura. Em 2 Coríntios 12:8-9 vimos que, apesar de toda sua fé e amor ao Senhor, Paulo não recebeu o que queria.
 Paulo tinha o dom de curar e curou muitas pessoas, chegando a curar todos numa ilha inteira (Atos 28:7-9). Mas, houve ocasião em que Paulo não pôde curar um discípulo próximo a ele, Trófimo (2 Tim 4:20).
E o “tudo” que podemos fazer?
Concluímos que o ponto de Paulo em Filipenses 4:13 quanto àquilo que ele pode fazer se refere à força para enfrentar situações que a vida traz a ele, especificamente no sentido de necessidades pessoais.
“Tudo posso naquele que me fortalece”, Paulo não quis dizer “tudo” num sentido absoluto. O que ele quis dizer era que, de todas as coisas que havia passado que necessitavam de poder para enfrentar, como pobreza, fome, escassez e necessidades, Cristo supria toda esta força que ele precisava. É neste sentido que Paulo escreveu “Tudo posso naquele que me fortalece”. Pelo que já havia passado, Paulo tinha confiança, e quis passar esta mesma confiança aos Cristãos em Filipos, de que Cristo havia de suprir toda a força que eles precisavam, seja qual fosse a situação. É por isso que ele encoraja os Cristãos em Filipos com as palavras “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (4:19).
 O mundo declara com orgulho e confiança “tudo posso” e pronto. O Cristão corrige, com humildade temperada pela fé em Jesus “Sei que enfrentarei muitas dificuldades nesta vida, e que sozinho seria derrubado, mas, ‘Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação’.”
Podemos confiar em Deus de que Ele nos dará a força que precisamos. Basta caminharmos junto a Jesus.



domingo, 21 de agosto de 2011

"A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração"

Deuteronômio 30,11-14

"Este mandamento que hoje lhe ordeno não é muito difícil, nem está fora do seu alcance. Ele não está no céu, para que você fique perguntando: 'Quem subirá por nós até o céu para trazê-lo a nós, a fim de que possamos ouvi-lo e colocá-lo em prática?' Também não está no além-mar, para que você fique perguntando: 'Quem atravessará por nós o mar, para trazer esse mandamento a nós, a fim de que possamos ouvi-lo e colocá-lo em prática?' Sim, essa palavra está ao seu alcance: está na sua boca e no seu coração, para que você a coloque em prática"

 Seguir Jesus tem três dimensões que perduram até hoje e que formam o eixo central do processo de formação dos discípulos.

* Imitar o exemplo de Jesus:
Jesus era o modelo a ser recriado na vida dos discípulos (as). A convivência diária com o mestre permitia um confronto constante. Nesta "escola de Jesus" só se ensinava uma única matéria: o Reino! E este Reino se reconhecia na vida e na prática do Mestre. Isto exige de nós leitura e meditação constante do evangelho para olharmos no espelho da vida de Jesus. (Jo 13,13-15)

* Participar no destino de Jesus:
A imitação do Mestre não era um aprendizado teórico. Quem seguia Jesus devia comprometer-se com ele e "estar com ele nas tentações" (Lc 22,28), inclusive na perseguição (Jo 15,20; Mt 10,24-25). Devia estar disposto a carregar a cruz e a morrer com ele (Mc 8,34-35; Jo 11,16). Isto exige de nós um compromisso concreto e diário de fidelidade com o mesmo ideal com que Jesus, fiel ao Pai, se comprometia.

* Ter a vida de Jesus dentro de si.
Depois da Páscoa, surge uma terceira dimensão, fruto da ação do Espírito de Jesus na vida das pessoas que levava os primeiros cristãos a dizer: "Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Eles procuravam refazer em suas vidas a mesma caminhada de Jesus que tinha morrido em defesa da vida e foi ressuscitado pelo poder de Deus (Fl 3,10-11).

 Isto exige de nós uma espiritualidade de entrega contínua, alimentada na comunhão e na oração .

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Exegese de Romanos 13. 1-7.

TRADUÇÂO
1-Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus.
2-Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3-Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela.
4-Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.
5-Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6-Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7-Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.


INTRODUÇÃO


Paulo continua ensinando sobre os relacionamentos que o cristão de ter na prática da sua nova vida: deve relacionar-se submisso por sua entrega total a Deus (12.1-2); deve relacionar-se adequadamente consigo mesmo (12.3); deve relacionar-se corretamente, usando os dons que Deus lhe concedeu, para edificação do “corpo de Cristo” (12.4-8); deve relacionar-se amorosamente no contexto da comunidade cristã (12.9-16) e; deve relacionar-se não retaliando, mas servindo àqueles que se opõe (12.17-21).
Agora, Paulo chama a atenção para um novo tipo de relacionamento: aquele que o cristão deve ter com as autoridades constituídas; o relacionamento do cristão com o estado. O cristão deve obedecer somente às autoridades que são corretas e promovem o bem? Como o cristão deve se relacionar com autoridades que não são corretas e são injustas?
Discute-se também, a partir da expressão ( exousiais) autoridades (no plural), quem são elas; São os seres espirituais denominados principados e potestades, poderes, dominadores e autoridades conforme (Efésios 6.12 e Colossenses 2.15)? É o deus deste século ou príncipe deste mundo conforme (2º Co 4.4 e Ef 2.2)? Ou são as autoridades humanas constituídas (a serviço desses poderes espirituais do mal) que crucificaram o Senhor da glória (1º Co 2.8)? Ao seguir-se um dos princípios básicos da hermenêutica, considerando o próprio contexto do texto, conclui-se que Paulo refere-se ás autoridades humanas governamentais.
Portanto, em resumo, pode-se afirmar que: No relacionamento com as autoridades, o cristão deve caracterizar-se por ser um cidadão consciente.


DIVISÃO E CONTEÚDO DE TODA  CARTA

A Carta aos Romanos poderá dividir-se em quatro partes:
I.   Introdução: 1,1-17.
II.  O Evangelho da Salvação: 1,18-11,36.
III. Vida de acordo com o Evangelho: 12,1-15,13.
IV. Conclusão: 15,14-16,27.
DIVISÃO E CONTEÚDO DO CAP 13.1-7

  1. Como cidadão consciente, o cristão deve reconhecer a ordem divina: 13.1.
  2. Como cidadão consciente, o cristão deve entender as razões de ser , da ordem: 13.2.
  3. Como cidadão consciente, o cristão deve entender qual o propósito das autoridades constituídas: 13.3-6.
  4. Como cidadão consciente, o cristão deve ter a motivação correta ao relacionar-se com as autoridades constituídas: 13.5-7.
  5. Como cidadão consciente, o cristão deve saber quais as conseqüências do relacionamento com as autoridades constituídas: 13.2-7.


Destinatários

Em relação aos destinatários, a própria carta menciona o seu destino: ...”a todos os amados de Deus que estais em Roma...” (Romanos 1.7).
O que se discute, em relação ao destino da carta, tem mais a ver com a origem da igreja de Roma, a situação da igreja quando da escrita da carta e sua composição mista (judeus e gentios). A carta reflete certa  tensão vivida entre os dois grupos, que pode ser observada nos assuntos abordados: por exemplo, lei e graça (capitulo 7 – 8), o destino de Israel e dos gentios (capitulo 9 a 11).

Estilo da carta

Paulo usa, especialmente em romanos, o recurso da diatribe (um escrito ou discurso crítico apaixonado, violento e injurioso – dicionário básico da língua portuguesa). Esse método de discussão, também usado no ensino da filosofia, era uma forma retórica grega em que o escritor (OU ORADOR) ENTRAVA num debate imaginário com um interlocutor, levantando pontos ou fazendo objeções que eram respondidas no texto ou durante a sua argumentação.
Associados a este método, podem concluir também que o estilo vívido de Paulo nas suas  cartas, se devem as suas vastas experiências missionárias. Certamente o apóstolo tinha sido interrompido várias vezes por ouvintes judeus ou gentios que levantavam objeções e pediam esclarecimentos em relação as suas radicais e novíssimas afirmações que constituíam a mensagem do “seu evangelho”. Essas interrupções exigiam dele respostas sucintas, corretas e, sobretudo imediatas. Essa prática comum na antiguidade foi exemplificada através do relato de Lucas, na proclamação de Paulo no areópago (Atos 17-16-33).
Com essa prática comum entre os gentios, ao escrever, por meio de Tércio, apresentando sua visão do evangelho a uma comunidade que não conhecia, Paulo utilizou-se desse estilo na produção de Romanos.

Romanos 13:8-14.
Nossa relação com a lei: a lei se cumpre no amor ao próximo 8-10
* “nossa relação com o tempo: vivendo entre o” já e o ainda não 11-14
Em romanos capitulo 12 Paulo aborda os nossos quatros relacionamentos básicos:
Com Deus 1-2.
Com nós mesmo 3-8.
Uns com os outros 9-16.
Com nossos inimigos 17-21.
Agora no capítulo 13 ele analisa mais três:
O relacionamento com o estado (cidadania consciente 1-7)
Com a lei (que se cumpre no amor ao próximo 8-10)
Com o dia da volta do senhor (pois vivemos entre o já e o ainda não 11-14).
No  versículo sete Paulo fecha dizendo que o cristão consciente submete-se À autoridade do estado, honra os seus representantes, paga os seus impostos e ora pelo bem estar do seu povo. (Jeremias 29.7; um Timóteo 2.1ss). Além disso, faz tudo para que o estado cumpra o papel que lhe foi designado por Deus e nunca perde uma oportunidade de participar ativamente em seu trabalho.


COMENTÁRIO

A. O governo humano é ordenado por Deus. Não se trata de “direito divino dos reis”, mas do lugar divinamente designado para os governos. Nenhuma forma é declarada melhor que as outras.
B. A obediência, a reverência e a atitude adequada em relação às autoridades são deveres religiosos dos crentes.
C. É próprio dos crentes, e adequado, apoiar o governo humano com impostos e orações.
D. O governo humano tem o propósito de manter a ordem, como servos de Deus para este mister.
E. O governo humano não é definitivo. Ele é limitado em sua autoridade. Os crentes têm que rejeitar a autoridade, por amor à sua consciência, quando ela viola os limites dados por Deus. Como Agostinho declarou em A Cidade de Deus, (1) somos cidadãos de dois reinos, um temporal e um eterno. Temos responsabilidades em ambos, mas o reino de Deus é o principal! Há tanto um foco
individual quanto um coletivo em nossa responsabilidade para com Deus.
F. Temos que encorajar os crentes, se o sistema é democrático, para participar ativamente do processo de governo e implementar os ensinos das Escrituras, sempre que possível.
G. Mudança social precisa ser precedida de conversão individual. Escatologicamente não há real esperança duradoura nos governos humanos. Todos eles, embora desejados e usados por Deus,
são expressões pecaminosas da organização humana sem Deus. Este conceito é expresso no uso joanino da palavra “mundo”.

1 Nesse contexto, o autor expressa o princípio básico das relações do crente com o Estado, que é submissão às autoridades, por que são instituídas por Deus. O governo humano, portanto, é estabelecido por ordenança divina e os cristãos, acima de todos, devem obedecer às leis, pagar impostos e respeitar as autoridades. A questão que surge quando essa autoridade se torna injusta ou contrária à consciência cristã não é tratada aqui.
2 (Condenação) É importante notar que condenação, aqui, significa punição do estado, e não de Deus, como se pode ser induzido a crer pela primeira parte do verso (cf. 1Pe 2:13, 14 e 4:14,15). O sentido nos permite compreender que a resistência à autoridade civil não agrada a Deus, mas o termo condenação não está sendo aplicado como sanção para aquele caso.
3,4 Não se está cogitando de uma autoridade que exorbita às suas competências, mas aquela que pune o mal e incentiva o bem.
7 (O que lhes é devido) Esta expressão coloca todo o argumento no eixo apropriado. Serve como um paralelo para: “a César o que é de César” (Mc 12:17). Não se requer imposto a quem merece honra, nem adoração a quem merece tributo. Há limites apropriados a sujeição do cristão (At. 5:29; Mc 12: 17).




CONCLUSÃO


Romanos 13 começou com uma importante orientação sobre como nós podemos ser bons cidadãos (7-13) e relacionar-nos bem com os outros (8-10); e termina dizendo o porquê de agirmos assim. Nada poderia motivar-nos tanto a cumprir esses deveres quanto uma vívida expectativa pela volta do Senhor. Nós só estabeleceremos uma relação correta com o estado.
Lembrando-nos do contexto, de quem falava,para quem falava e de qual era a situação da igreja no Império Romano, o principio da cidadania consciente deve ser aplicado por todos os cristãos a todas as épocas.
É claro, entretanto, que a submissão que o cristão deve ás autoridades constituídas vai até o limite exato em que a obediência exigida não fira a obediência do cristão á Deus.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Jesus Cristo é a chave hermenêutica para a leitura das Escrituras.

Jesus Cristo é o ápice da revelação divina. Deus se revelou à humanidade de diversas maneiras: na criação, na história, na consciência do ser humano, por meio do povo de Israel e através das mensagens proféticas.
Entretanto, a revelação perfeita é Jesus Cristo. Nele, como diz o evangelista João (1.14), vemos a glória do Pai de maneira completa.
Por isso, a leitura da Bíblia deve ser feita a partir do sentido da revelação feita por Jesus Cristo. Ele é o personagem principal de todo o registro bíblico. Ao redor dele circulam conceitos, princípios e doutrinas das Escrituras.
De maneira geral, os autores do Novo Testamento fazem a re-leitura de textos do Antigo Testamento e produz uma re-interpretação dos mesmos, agora à luz da revelação recebida em Jesus Cristo.
O Antigo Testamento deve ser lido por meio do filtro do Novo Testamento se assim não for, muitas interpretações erradas serão feitas.
Por exemplo: em cima de textos do Antigo Testamento, uma pessoa pode justificar ataques bélicos a nações pagãs, dizendo que Deus assim ordenou.
Era o que os fariseus queriam fazer com a mulher adúltera (João 8): apedrejá-la com mandava a lei de Moisés.
Só que, agora, na mensagem do Evangelho, a partir dos ensinos de Cristo, a ênfase é de perdão e intercessão pelos inimigos.
Interpretações do Antigo Testamento, portanto, devem ser feitas sob o foco dos ensinos  de Jesus .

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Conceito Cristão de História por Oscar Cullmann


“História Bíblica” e História (Século XX -1902-1999)
Estudando, do ponto de vista da ciência histórica, o alcance de modificações políticas e culturais que o Cristianismo ocasionou, é certo que o historiador moderno pode, a rigor, reconhecer como legítima esta afirmação: O surgimento de Jesus de Nazaré deve ser considerado como uma curva decisiva da História. Ora, a afirmação teológica que está na base do sistema cronológico cristão ultrapassa de muito a constatação segundo a qual o Cristianismo trouxe mudanças históricas consideráveis. O que vai mais além, é que a Teologia afirma que a História, em seu conjunto, deve ser compreendida e julgada a partir desse acontecimento central. Ele constitui o sentido último e o critério de toda a História, tanto a que precedeu como a que segue. Esta pretensão histórica levantada em favor de curta atividade de um profeta Galileu, que terminou supliciado sob um governador romano, está em flagrante contradição com o princípio mesmo da História, segundo a concebe o historiador moderno.
O cristianismo primitivo interessa-se realmente por uma série de eventos de uma natureza toda especial, sobrenatural, anteriores e posteriores ao ano 1 e que forma “a história bíblica”. Todo este orgânico, relacionado com o referido acontecimento central, recebe dele seu sentido e, por extensão, o sentido de toda História é iluminado por ele. Os primeiros cristãos pretendem lançar um julgamento sem apelo sobre os dados da história geral e sobre a totalidade dos acontecimentos do presente. A história “profana” deixa pois de ser, para os cristãos  profanos.
Assim vemos que o problema da história bíblica apresenta-se como um problema teológico . De fato, esta história só adquire sentido ao aproximar, interpretar e ligar os acontecimentos à realidade história de Jesus, quando Jesus de Nazaré, realidade central da História, é reconhecido como a revelação absoluta de Deus aos homens. Sem este ato de fé, não somente não se pode dar valor normativo à história bíblica, mas esta última deve parecer necessariamente destituída de sentido. Inversamente mediante este ato de fé, não pode haver norma fora da história bíblica, designada desde então como história da revelação e da salvação. É sobre este ponto que aparece a relação estreita que existe entre a revelação cristã e a História; é aqui que reside, em última análise, o “caráter escandaloso” que a concepção do tempo e da história do cristianismo primitivo assume não somente para o historiador, mas para todo pensamento “moderno”, incluso o pensamento teológico. Deus revela-se de um modo todo especial no seio de uma história estritamente limitada, mas contínua, e nela opera, de um modo definitivo, a “salvação”. O pensador profano julga a História em nome de um princípio, de uma idéia filosófica, fora da história. O pensador cristão o faz em nome de um acontecimento particular, específico,,,, Jesus.

sábado, 4 de junho de 2011

Os dois potes

Certo carregador de água, tinha dois potes, cada um pendurado numa ponta de um cabo, o qual carregava sobre seus ombros. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro pote era perfeito e sempre levava a porção completa de água até o final da longa caminhada. O pote rachado chegava só com a metade.
Por 2 anos isso se repetiu diariamente, com o carregador trazendo apenas um pote meio de água. Naturalmente, o pote perfeito estava orgulhoso de seu desempenho, perfeito até o final para o propósito a que tinha sido feito.
Mas o pobre pote rachado estava envergonhado de sua própria imperfeição, e miserável por ser capaz de alcançar apenas metade daquilo a que tinha sido feito para fazer.
Depois de 2 anos do que sentia ser uma falha insuportável, ele um dia falou ao carregador perto do riacho:
- Estou envergonhado de mim mesmo, e eu quero me desculpar com você.
- Por quê? – perguntou o carregador.
- Do que você está envergonhado?
- Tenho conseguido nesses últimos 2 anos, entregar apenas a metade de meu carregamento porque esta rachadura faz com que a água vaze por todo o caminho. Por minha causa, você tem que realizar todo esse trabalho, e, você não recebe o valor todo de seus esforços, disse o pote.
O carregador sentiu pena do velho pote rachado, e, em sua compaixão ele disse:
- Enquanto nós voltarmos a casa , eu quero que você note as flores lindas que há ao longo da trilha.
De fato, à medida que eles subiram a colina, o velho pote rachado notou o sol que aquecia as lindas flores silvestres ao lado da trilha, e isto o animou um pouco. Mas ao final da trilha, ele ainda se sentia mal porque tinha vazado metade de seu carregamento, e, de novo se desculpou com o carregador por sua falha.
O carregador disse ao pote:
- Você notou que havia flores apenas em seu lado da trilha, mas nenhuma do lado do outro pote? É porque eu sempre soube do seu defeito, e eu aproveitei o mesmo.
- Eu plantei sementes de flores do seu lado da trilha, e, cada dia, enquanto eu voltava do riacho, você as regou. Por 2 anos eu tenho sido capaz de colher estas lindas flores para decorar a mesa. Sem
 você ser do jeito que é, nunca iria ter esta beleza para agraciar a casa.
 Querido(a) nunca esqueça que você é um vaso muito especial para Deus, mesmo que às vezes esteja derramando um pouco de água, saiba que Deus te chamou e enviou para que você dê muitos frutos, e frutos que permaneçam para a vida eterna.
 Deus sabe das nossas imperfeições, mas nos considera importante assim mesmo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Comentário Bíblico

TEMA:  A BONDADE ESTÁ  PARA ALÉM DA JUSTIÇA.
Mateus 20. 1-16

Jesus começa com a palavra "porque", mostrando uma ligação entre, está parábola e o trecho anterior. O jovem rico tinha observado os mandamentos, mas ainda não estava preparado para entrar no reino. Os comentários de Jesus depois do encontro com o rico mostram que o reino dele não segue os padrões do mundo, que é de méritos. (Ele opera na base de graça).

Os grandes proprietários, como este “senhor da vinha”, pertenciam à classe poderosa e dominante. Em geral, não viviam em aldeias, mas em alguma cidade e quem gerenciavam suas terras era um administrador.
Só durante a vindima ou no recolhimento da colheita que os proprietários seguiam de perto os trabalhadores.
Os diaristas, por sua vez, pertenciam às camadas mais baixa da sociedade. EX: Agricultores despojados de suas terras levavam uma vida apertada e sem segurança alguma: às vezes mendigando, outras roubando e sempre procurando algum patrão que os contratasse, nem que fosse por um dia.
A jornada de trabalho começa ao amanhecer e termina ao pôr- do- sol.

O proprietário vai pessoalmente até a praça, aproxima-se de um grupo de diarista e combina com ele um denário de salário para trabalharem em sua vinha. Não é grande coisa, mas é suficiente para atender, ao menos durante um dia, as necessidades de uma família camponesa. O proprietário volta á praça pelas 9, ás 12 e ás 3 da tarde a esse “promete-lhe o que for justo”.
Como irão exigir alguma coisa? Vão trabalhar sem segurança alguma, dependendo daquilo que o senhor lhe quiser pagar: uma fração talvez. Ele ainda volta às 5 faltando apenas uma hora para terminar a jornada de trabalho, contrata um grupo que ninguém contratou e envia para dar uma mãozinha. A estes nem fala de salário.

Os ouvintes não podem entender este ir e vir do senhor para contratar operário.
1º- O senhor não tratava diretamente com os diaristas.
2º- Não era normal ir tantas vezes à praça.
A contratação era feita única fez pela primeira hora da manhã, depois de ser bem calculado o número de operários necessários.

Ninguém sai a contratar operários na ultima hora.

Que tipo de patrão é esse?   Por que age assim?  Estará ele tão impressionado pela vindima? O relato nada diz acerca da colheita.
Olha o diz:
Diz assim aos do ultimo grupo: “Por que estais aqui, parados o dia inteiro?”
Então percebo, que se sugere antes, que ele não quer ver ninguém sem trabalho.
Chega à hora de retribuir aos operários. Era preciso fazê-lo no mesmo dia, antes de o sol se pôr, porque do contrário não teriam nada para pôr na mesa. E assim mandava a lei de Deus: “Não explorarás o diarista pobre e necessitado........ Dar-lhe-ás cada dia sua diária, antes de o sol se pôr, porque é desse salário que depende a sua vida”. (Deuteronômio 24.14-15). O dono ordena que o pagamento se faça a começar pelos os últimos.
Entre os diaristas se desperta uma grande expectativa, porque, embora estes últimos tenham trabalhado apenas uma hora, receberam um denário cada. Quanto será dado aos outros? Decepções todos recebem a mesma quantia. Não é injusto? Por que um denário a todos, se o trabalho foi tão desigual? Sem dúvida, os ouvintes de Jesus simpatizam secretamente com os protestos dos diaristas que mais trabalharam.
Eles não estão se opondo que os últimos recebam um denário; mas não está desvalorizando o trabalho deles?
 Não pedem para que se dê uma fração de um denário, mais que seja generoso com eles também. A justiça nesta generosidade, para com os que trabalharam o dia inteiro?


A resposta do senhor àquele que se faz de porta-voz é firme: “Amigo, não te faço injustiça alguma”. E faz duas perguntas, será que não tenho liberdade para fazer o que quero com que é meu? Ou precisas ver com maus olhos que eu seja bom?
Mas os que se queixam continuam pensando num sistema de estrita justiça, mas o senhor da vinha move-se em outra esfera.
É a sua bondade que rompe essa justiça, e a bondade não prejudica ninguém. Seu gesto não é arbitrário. É somente bondade e amor generoso para com todos.
Filme:::::::::::::::::::::: Chicken a la carte. Link
http://www.youtube.com/watch?v=o1bOteXhwrw

A todos dá o que necessitam para viver: trabalho e pão.
Não se preocupa em medir os méritos de uns e outros, mas em que todos possam jantar essa noite com suas famílias. Em seu comportamento, a justiça e a misericórdia se entrelaçam.

A surpresa dos ouvintes é grande e geral.
O que Jesus está sugerindo?


A verdade é que Deus não está tão dependente do mérito das pessoas, mais sim está olhando antes como satisfazer às suas necessidades.


O reino dos céus é assim, você  faz parte desse reino? Então se você não olha assim, comece a olhar como Jesus olha. (Com misericórdia e amor).


sexta-feira, 22 de abril de 2011

As origens do termo páscoa.

Nas culturas pagãs, o ovo trazia a idéia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.
Existem muitas lendas sobre os ovos. A mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.

Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.

A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.
A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.

A páscoa para os cristãos atuais.

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem desta comemoração remonta muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim Pascae. Na Grécia Antiga, este termo também é encontrado como Paska. Porém sua origem mais remota é entre os hebreus, onde aparece o termo Pesach, cujo significado é passagem.

Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade.  Passagem de Cristo – “deste mundo para o Pai”, da “morte para a vida”, das “trevas para a luz”. Sua mais conhecida conotação religiosa se vincula aos três dias que marcam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Você é um cristão primitivo ou atual?

sábado, 9 de abril de 2011

Quem foi o homem que mais defendeu as mulheres?

As mulheres freqüentemente foram silenciadas, controladas, diminuídas e tratadas como sub humanas nas mais diversas sociedades. Todavia, houve um homem que lutou sozinho contra o império do preconceito. Ele foi incompreendido, rejeitado, excluído, mas não desistiu das suas idéias. Ninguém apostou tanto nas mulheres como ele. Fez das prostitutas rainhas.  
Muitos dizem que ele é o homem mais famoso da história, mas poucos sabem que foi ele quem mais defendeu as mulheres. Certa vez, uma mulher foi pega em adultério. Arrancaram-na da cama e a arrastaram centenas de metros até o lugar em que Jesus se encontrava. A mulher gritava “Compaixão!”. Enquanto era arrastada.  
Jesus estava tranqüilo na frente do templo. Havia uma multidão ouvindo-o atentamente. Ele lhes ensinava que cada ser humano tem um inestimável valor, que a arte da tolerância é à força dos fortes, que a capacidade de perdoar está diretamente relacionada à maturidade das pessoas. Suas idéias revolucionavam o pensamento humano, por isso começou a ter muitos inimigos.
Na época, os judeus constituíam um povo fascinante, mas havia um pequeno grupo de radicais que passou a odiar as idéias do Mestre. Quando trouxeram a mulher adúltera até ele, a intenção era apedrejá-lo juntamente com ela, usá-la como isca para destruí-lo.
Ao chegarem com a mulher diante dele, a multidão ficou perplexa. Destilando ódio, comentaram que ela fora pega em flagrante adultério. E perguntaram quais era a sentença dele. Se dissesse “Que seja apedrejada!”, ele livraria a sua pele, mas destruiria seu projeto transcendental, seu discurso e principalmente seu amor pelo ser humano.
Se dissesse “Não a matem!”, ele e a mulher seriam imediatamente apedrejados, pois estariam indo contra a tradição. Se os fariseus tivessem feito a mesma pergunta aos discípulos de Jesus. Qual seria a resposta?  Provavelmente teriam dito para matá-la. Assim se livrariam do risco de morrer.
Qual foi a primeira resposta do Mestre diante desse grave incidente? Se você pensou: “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”, errou, essa foi à segunda resposta. A primeira foi não da resposta, foi o silêncio . Só o silêncio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas, ferimos quem mais amamos. Por isso, o silêncio é a oração dos sábios.
Para o mestre , aquela mulher, ainda que desconhecida, pobre, esfolada, rejeitada publicamente e adúltera, era mais importante do que todo o ouro do mundo, tão valiosa como a mais pura das mulheres. Era uma jóia rara que tinha sonho, expectativa. Valia a pena correr riscos para resgatá-la.
Para Ele, não havia um padrão para classificar as mulheres. Todas eram igualmente belas, não importando a anatomia do seu corpo, não importando nem mesmo se erraram muito ou pouco. Jesus precisava mudar a mente dos acusadores, mas nunca ninguém conseguiu mudar a mente de linchadores. O “eu” deles era vítima das janelas dos ódios, não eram autores da sua história, queriam ver sangue. O que fazer, então?
Ao optar pelo silêncio, Jesus optou por pensar antes de reagir. Ele escrevia na areia, porque escrevia no teatro da sua mente. Talvez dissesse para si mesmo: “Que homens são esses que não enxergam a riqueza dessa mulher? Por que querem que eu a julgue, se eu quero amá-la? Por que, em vez de olhar para os erros dela, não olham para seus próprios erros?”
O silêncio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, da tensão, oxigenando a racionalidade deles. Num segundo momento, eles voltaram a perguntar o veredicto do Mestre. Então, finalmente, ele se levantou.
Fitou os fariseus nos olhos, como se dissesse: “Matem a mulher! Todavia, antes de apedrejá-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparente em enxergar as suas falhas, erros e desejos”. Esse era o sentido de suas palavras. “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”
Os fariseus receberam um choque de lucidez com as palavras de Jesus. Saíram do cárcere. Deixaram de ser vítimas do instinto de agressividade e passaram a gerenciar suas reações. Racionalidade voltou. O resultado é que eles saíram de cena. Os mais velhos saíram primeiro porque tinham acumulado mais falhas ao longo da vida ou porque eram mais conscientes delas.
Jesus olhou para a mulher e fez uma delicada pergunta: “Mulher, onde estão seus acusadores?” O que ele quis dizer com essa pergunta e por que a fez? Em primeiro lugar, ele chamou a adúltera de “mulher”, deu-lhe o status mais nobre, o de um ser humano. Ele não a interrogou.
Para o Mestre dos Mestres , a pessoa que erra é mais importante do que seus próprios erros. Aquela mulher não era uma pecadora, mas um ser humano maravilhoso. Em segundo lugar, perguntou? “Onde estão os seus acusadores? Ninguém a acusou?” Ela respondeu: “Ninguém”. Ele reagiu: “Nem eu”.
E você ?
Talvez ele fosse a única pessoa que tivesse condições de julgá-la, mas não o fez. O homem que mais defendeu as mulheres não a julgou, mas compreendeu, não a excluiu, mas a abraçou. As sociedades ocidentais são cristãs apenas no nome, pois desrespeitam os princípios fundamentais vividos por Jesus. Um deles é o respeito incondicional pelas mulheres!
O homem que mais defendeu as mulheres não parou por aí. Sua última frase indica o apogeu da sua humanidade, o patamar mais sublime da solidariedade. Ele disse para a mulher: “Vá e refaça seus caminhos”. (Vá e não peques mais).
Jesus tinha todos os motivos para dizer: “De hoje em diante, sua vida me pertence, você deve ser minha discípula”. As autoridades usam seu poder para que as pessoas os aplaudam e gravitem em sua órbita. Mas Jesus , apesar do seu  poder sobre a mulher, foi desprendido de qualquer interesse. “Vá e revise a sua história, cuide-se. Mulher, você não me deve nada. Você é livre!”
Jesus a despediu, mas ela não foi embora. E por quê? Porque o amou. E, por amá-lo, o seguiu para sempre, inclusive até os pés da cruz, quando ele agonizava.  A base fundamental do amor é a liberdade à capacidade de escolha, e a capacidade de escolha só é plena quando temos liberdade de escolher o que amamos.

sábado, 2 de abril de 2011

ONDE ESTÁ TEU TESOURO?

Porque onde está vosso tesouro aí também estará vosso coração (Lucas 12.34). Entendemos por tesouro um amontoado tanto de metais (ouro) ou coisas preciosas como de mercancias, como trigo, frutos, salgados etc. Parece que Jesus cita um provérbio que não é precisamente religioso, nem muito menos evangélico, e que seria patrimônio de todas as culturas. Um único comentário: podemos substituir o coração por mente ou desejo. O coração do homem, ou seja, a imagem que representa a soma de suas energias e desejos, esta sempre concentrado nas coisas em que você pensa, serem  primárias em sua vida.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

UMA VIDA POSSÍVEL


Uma pessoa não é uma empresa, para a qual se faz um planejamento, nomeando sua visão, sua missão, seus valores e suas estratégias. As empresas nascem, desenvolvem-se (faturam) e morrem.
Uma pessoa precisa conhecer o projeto de Deus para ela. Uma vida humana é eterna. Ela não imita a empresa. A empresa que imita seu ritmo. Uma empresa não sabe que vai morrer. Nós sabemos que iremos. Por isto, "se conseguimos viver com uma constante consciência da morte, guardaremos no fundo do nosso ser a certeza de que nossa identidade está eternamente sob a proteção das mãos de Deus". (HOUSTON, James. São Paulo: Mundo Cristão, 2008).
Neste sentido, precisamos compreender o nosso lugar neste projeto, o que implica ter uma visão de quem Deus é e de quem nós somos, uma compreensão do que Ele quer para nós e uma decisão sobre o queremos fazer da nossa vida.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O filho pródigo que ficou em casa

“Ora, o filho mais velho estivera no campo; e quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo” (Lucas 15:11-32).

É aqui que a trama da parábola do filho pródigo engrossa. A localização da história de Jesus torna evidente que independente de quanto é comovente a saga do filho mais novo, o filho mais velho é o verdadeiro foco da parábola. Foi dito como resposta a acusação orgulhosa da elite religiosa judia. A sua acusação na verdade fez mais em revelar o próprio orgulho hipócrita e sem piedade da elite religiosa. E foi da preocupação por eles, não pelos “pecadores” desprezados, que esta grande parábola surgiu—uma história de um filho esbanjador, um pai de coração partido e um irmão que se recusou a se reconciliar com qualquer um deles. Como poderiam não ser tocado por esta história comovente a respeito do amor de um pai por um filho desviado e a sua alegria com a recuperação deste filho? Não eram eles pais também? Não seria isso que eles teriam feito?

O filho mais velho, de início não tem um papel grande na história. Quando seu pai, a pedido de seu irmão, dividem os seus pertences, ele simplesmente recebe dois terços da riqueza do seu pai que era, como primogênito, dele de direito (Deuteronômio 21:17). Se ele compartilhou a dor do seu pai com a partida repentina do seu irmão ou o seu anseio por ele durante a sua ausência, não nos contaram. Ele estava cuidando dos negócios na fazenda. Enquanto o seu irmão tolo estava gastando muito dinheiro numa rebeldia grande, ele era a alma da indústria. Ele era respeitável e responsável. O seu irmão era sem valor, sem perdão. Ele era bom, seu irmão era mal. Em contraste, o irmão mais velho encontrou seu sentido e seu valor. Foi o que tornou seu mundo ordenado e lhe deu sentido.
Mas agora repentinamente acaba toda esta ordem. O seu irmão esbanjador voltou; não para a vergonha, como certamente merecia, mas para música e danças! A raiva do irmão mais velho estava muito forte diante de tal injustiça. Para a sua diligência e fidelidade, não havia tido nenhuma comemoração nem festividades, nem um cabrito! Mas agora para este jovem imoral e sem valor, uma alegria extasiada! Era completamente errado!
O convite do seu pai para que ele entrasse e se juntasse à comemoração, para ele era uma total estupidez. O seu pai era tão tolo quanto seu irmão era um libertino. Era uma violação de tudo que era justo e correto e ele não chegaria perto de tal insanidade. Com sua reação ele não só demonstra o seu desprezo por seu irmão que esteve desviado, mas também pelo seu pai, que sempre havia sido fiel. Para o homem que lhe criou e lhe deu tudo o que possuía não havia nem respeito nem compaixão. A sua autojustiça orgulhosa (“sem jamais transgredir uma ordem”) e ambição para si mesmo se mostram de forma crua. Era uma cena feia; e era isso que Jesus queria mostrar.
O menino que ficou em casa era tão pródigo quanto seu irmão mais novo. Ele havia vivido todo este tempo comendo as espigas secas da autojustiça enquanto, como seu pai o lembrou, “tudo o que é meu é teu”. Não era por merecer que ele teria toda esta abundância, mas pelo amor do seu pai. Tudo que ele precisava era ter pedido.
Esta grande parábola é a imagem de duas figuras: Deus na sua grande bondade e misericórdia e o fariseu na sua miserável mesquinhez espiritual. Como o irmão mais velho, o Fariseu não servia a Deus porque O amava, mas porque trouxe a ele um sentido incrível de superioridade pessoal. Ele era pobre no seu merecimento imaginário quando ele poderia ser rico pela graça de Deus. Como o irmão mais velho via o seu irmão mais novo os fariseus olhavam com desprezo os “pecadores” socialmente desprezados e jamais viam a sua própria pobreza espiritual. A verdade é que “ELES” eram, piores que os publicanos e “pecadores. Jesus acusavam porque aqueles excluídos pelos religiosos, freqüentemente reconheciam os seus estado pecador—algo de que nenhum fariseu com respeito, próprio seria culpado. Assim, como uma vez Jesus lhes disse”, publicanos e meretrizes vos procedem no reino de Deus “(Mateus 21:31). Porém mesmo assim Deus os ama, e pede a eles que venham para a festa”.