sábado, 9 de outubro de 2010

A justificação é pela fé ou pelas obras?

Paulo, na epistola aos Romanos (3.28) diz; “O homem é justificado pela fé sem as obras da lei”.
Tiago escreveu na sua epistola (2.24) “vedes então que o homem é justificado pelas obras e não pela fé somente”.
A contradição parece insuperável e há muitos que dizem ser impossível uma reconciliação. Até Lutero, o grande reformador, teve por insolúvel essa contradição e, por conseguinte rejeitou a epistola de Tiago, chamando-a de “Epistola de palha”.
Em sua opinião ela era extremamente legalista e “apócrifa” (Feminino singular de apócrifo, que não se reconhece ou não foi provada a autoria). Para ele o que a epistola de Tiago diz sobre fé e obra é interpretada como indicação que a epistola não é nem canônica.
Diante do exposto havemos de fazer a seguinte pergunta: Qual dos dois está certo; Paulo ou Tiago?
A fim de desfazer essa contradição que, na verdade é só na aparência, apresentaremos algumas opiniões que julgamos ser satisfatórias. Paulo refere-se à justificação segundo a vista de Deus; Tiago, segundo a vista dos homens.
Paulo refere-se à fé que justifica o pecado perante Deus. E esta justificação em hipótese alguma é operada pelas obras da lei, senão somente pela fé. EX: (Romanos 1.17; 3.20-28; 4.1-3; 5.1).
Mais, ao passo que Tiago fala de uma fé operante que trás resultados e que do testemunho da salvação perante os homens, sem nenhuma relação da justificação do pecador perante Deus.
Tiago contestava a posição dos ricos, que viviam indiferentes para com os que estavam passando necessidades e satisfeitos com sua própria espiritualidade. E são nesse contexto que ele faz as suas afirmações: (Tiago 14.24 = “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salva-lo? (...) Vedes então                                         que o homem é justificado pelas obras e não pela fé somente”.
Para Paulo a fé significa a confiança implícita, e “obras” são a tentativa do homem de obter favor com deus mediante seus próprios méritos.
Paulo baseia seu argumento em (Gêneses 15.6) onde Abraão crê nas promessas de Deus e é declarado justo.
Tiago ilustra sua lição com a historia do sacrifício de Isaque em (Gêneses 22.14).
Então quem está certo Paulo ou Tiago?
Note que, tanto Paulo quanto Tiago estão certos; pois “estão lutando em frentes de batalhas diferentes”.
Paulo esta atacando o legalismo da justificação e Tiago, a indiferença dos que pensam ter justiça própria”.



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