terça-feira, 12 de outubro de 2010

Exortação sobre o amor (1º coríntios 13.1-13)

1º – Tradução
Almeida revista e corrigida

 
1 – (E eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente ¹². ³¹) Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, (ou amor) seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.

3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.

4 - A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece,

5 - não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

6 - não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

7 - tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 - A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

9 - porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.

10 - Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado.

11 - Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

12 - Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.


13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade.(AMOR)


Procuramos realizar uma exegese dos versículos supracitados, entendendo que o capitulo 13 começa com a parte B do capitulo 12.31(e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente). Neste trabalho, iremos abordar, sobre a caridade, o seu significado, a sua importância na teologia paulina.

Paulo por várias vezes em suas cartas fala sobre o Amor, mencionando também a fé e a esperança más, em 1º Coríntios 13.13 ele nos diz que o Amor é maior do que todos os dons, mas porque o Amor é maior?

Buscaremos responder a essa pergunta analisando-a, importância dos dons, apresentado por Paulo no versículo 13.13 de 1º Coríntios, através de uma visão paulina.



2º- Introdução


A carta é direcionada aos coríntios, no intuito de identificar problemas, oferecendo soluções. O capitulo 13 de coríntios que é nossa exegese, a perícope se encontra no capitulo 12.31 parte B ao 13.1-13 trata-se de problemas relacionados a dons Espirituais, destacando-se que o dom mais precioso é o amor.
3º- Datação

Data, Local e Autoria


A data atribuída a essa carta é o ano de 55 d.c ; Paulo escreveu essa carta á igreja de Corinto enquanto visitava Éfeso, durante sua terceira viagem missionária (AT 19.1). Corinto e Éfeso ficavam uma de frente à outra, separadas pelo mar Egeu. Enquanto estava em Éfeso, ouviu falar a respeito dos problemas da igreja de Corinto (Co 1.11). Naquele mesmo tempo, uma delegação da igreja visitou Paulo a fim de pedir-lhe conselhos para solução de conflitos, que os dons estavam causando e os capítulos 12 - 13 eis a resposta.



4º– Forma

A estruturação de toda a carta.

Coríntios

1:1-31 Problemas em Corinto

2:1-16 Revelação pelo Espírito

3:1-23 Cristãos Carnais

4:1 - 5:13 A Posição de Paulo

6:1 - 7:40 Moralidade Cristã

8:1 - 9:23 Carnes dos Ídolos: Ame a Teu Irmão

9:24 - 11:1 Carnes dos Ídolos: Amem a Deus

11:2-34 - Relembrando as Tradições

12:1 - 13:13 Dons Espirituais (1)

14:1-40 Dons Espirituais (2)

15:1-58 A Ressurreição

16:1-24 - Instruções Finais



Ressaltando a macroestrutura 12.1 aos 13.13 que fala sobre os Dons Espirituais.


Agora com certo critério analisaremos o texto em questão, que é 1° coríntios 13.1-13, a perícope se divide em três partes.



Microestrutura:



V 1-3............................................................... Superioridade do amor

V 4-7............................................................... Obras do amor

V 8-13.............................................................. Caráter do amor



5º – Conteúdo


Paulo destaca o amor como o maior fruto e o maior dom, ao lado da esperança e da fé (I Co 13.13). Pois fé, esperança e amor são dons, veiculado pela expectativa da comunhão em Cristo pelo Espírito. Sendo assim, essa construção do amor entre fé e esperança ajuda a concepção paulina para estabelecer conceitos, diretrizes e medidas pastorais a favor das comunidades primitivas. O maior sinal da presença do Espírito Santo e sua maior manifestação é o amor. Em I Coríntios 12.31 o apóstolo exorta a Igreja a aspirar aos melhores dons. Usa uma palavra que significa "desejar ardentemente, aspirar". Em I Coríntios 14.1 exorta os coríntios para que procurem os melhores dons e usa a mesma palavra de 12.31. Mas quando se refere ao amor usa outra palavra que tem o sentido de "perseguir, buscar, esforçar-se, correr atrás", indicando uma ação que é persistente e não termina nunca. Quando se refere ao amor Paulo é mais enfático. Em outras palavras o apóstolo está dizendo o seguinte: "desejem os melhores dons, mas persigam com insistência o amor". Ele diz que sem o amor os talentos, as capacidades naturais e sobrenaturais, não são nada (I Co 13.1-3).
Essa importância central do amor na pregação de Paulo sobre a nova vida pode ser mostrada de várias maneiras. Assim como fé pode ser chamada de modo de existência da nova vida, o mesmo é valido para o amor. Estar "radicado em Cristo" também pode ser descrito como estar "arraigado em amor" (cf. Cl 2.7 e Ef 3.17). "Ser nova criatura" também pode ser expresso como "fé que atua pelo amor" (cf. Gl 6.15 e 5.6).
O amor é mencionado junto com a fé e a esperança como o verdadeiro cerne e conteúdo da vida cristã (1Co 13.13; 1Ts 1.3; Cl 1.4; Gl 5.5; 1Tm 6.11; 2 Tm 3.10; Tt 2.2). O amor é o primeiro fruto do Espírito (Gl 5.22; Rm 15.30; Cl 1.8). O amor, portanto, explica o que significa estar em Cristo, estar no Espírito, estar na fé. Nele realiza-se a liberdade do pecado, para a qual os crentes foram chamados em Cristo (Gl 6.2).
Esse amor deriva sua importância central do fato de que ele é o reflexo do amor de Deus em Jesus Cristo. Em segundo lugar esse amor constitui o elemento vital para a igreja. Consequentemente, a aplicação do mandamento do amor tem em Paulo o efeito claro de estimular a igreja uma forte consciência de responsabilidade mútua, de juntos formaram uma unidade, e assim, colocarem o amor a serviço da edificação de igreja. Essa estrutura de ideia paulina de amor pode ser demonstrada tanto positiva como negativamente de varias maneiras.
Em 1 Coríntios 12, Paulo deriva seu argumento da unidade do corpo; assim como os membros, cada um por sua parte e em seu devido lugar forma, em conjunto, um corpo, assim também os crentes com seus vários dons e talentos formam a unidade do corpo de Cristo; eles também devem ter consciência dessa comunhão mútua e agir de acordo com ela. Contudo, ao chegar nesse ponto da admoestação, ele aponta para além desses dons e mostra um caminho que é ainda mais excelente, isto é, o caminho do amor (1Co 13).
Comparado com esse amor, nem o mais excelente dos dons tem qualquer valor. Nem o de falar em línguas, nem o conhecimento dos mistérios, nem a fé para fazer milagres ou para entregar todos os bens e a si mesmo. Sem amor, mesmo aquele que possui todos esses dons teria de dizer a respeito de si mesmo:

... Sou como o bronze que são ou como címbalo que retine.

... Nada sou.

... Nada disso me aproveita.

Isso é muito importante em Corinto, pelo fato que eles estavam individuais mente se enchendo de orgulho e se esquecendo de praticar a caridade.
Justamente pelo fato da caridade, assim como a fé e a esperança, ser o modo de existência da Igreja cristã, ele deve revelar-se no vinculo dos irmãos, no colocar-se a serviço dessa edificação; desse modo, o amor cristão não é individualista, arrogantemente separatista, mas sim acima de tudo, preocupa-se com o corpo e não com o individuo. Por esse motivo, não ter amor significa não ter coisa alguma, independentemente do dom brilhante que se tenha recebido. Porquanto, sem amor não há comunhão com o corpo, no qual, exclusivamente, pode-se encontrar a participação em Cristo.

Por fim, é válido para a caridade que, em sua distinção dos dons, ele jamais acaba. Porquanto, não é nos dons que a igreja esta arraigada e alicerçada, mas sim no amor. Os dons não constituem o elemento vital do corpo de Cristo, o poder que cria união dentro dele, mas sim a caridade. No entanto, os dons desaparecerão e cessarão (VS 8-10). Mas isso não se aplica no amor. Juntamente com a fé e a esperança, ele tem significado permanente, na verdade a caridade é o maior desses três. Portanto, a caridade consiste não apenas na relação com a salvação do Senhor (como a fé e a esperança), mas Nele, a salvação já se realizou como recriação da vida humana dentro da comunhão do corpo de Cristo. Por esse motivo, a caridade, apesar de não ser possível sem a fé e a esperança, ainda assim é o maior.

Conclusão

O maior dom de cristo para sua igreja é a caridade (Amor), porque esse dom só pode ser exercido no coletivo, em favor do outro.
Em cada expressão de amor revelamos Cristo!
Deus é Amor.

Um comentário:

  1. parabéns, texto muito claro e com um ótimo proposito. Deus te abençoe mais.

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