sábado, 9 de abril de 2011

Quem foi o homem que mais defendeu as mulheres?

As mulheres freqüentemente foram silenciadas, controladas, diminuídas e tratadas como sub humanas nas mais diversas sociedades. Todavia, houve um homem que lutou sozinho contra o império do preconceito. Ele foi incompreendido, rejeitado, excluído, mas não desistiu das suas idéias. Ninguém apostou tanto nas mulheres como ele. Fez das prostitutas rainhas.  
Muitos dizem que ele é o homem mais famoso da história, mas poucos sabem que foi ele quem mais defendeu as mulheres. Certa vez, uma mulher foi pega em adultério. Arrancaram-na da cama e a arrastaram centenas de metros até o lugar em que Jesus se encontrava. A mulher gritava “Compaixão!”. Enquanto era arrastada.  
Jesus estava tranqüilo na frente do templo. Havia uma multidão ouvindo-o atentamente. Ele lhes ensinava que cada ser humano tem um inestimável valor, que a arte da tolerância é à força dos fortes, que a capacidade de perdoar está diretamente relacionada à maturidade das pessoas. Suas idéias revolucionavam o pensamento humano, por isso começou a ter muitos inimigos.
Na época, os judeus constituíam um povo fascinante, mas havia um pequeno grupo de radicais que passou a odiar as idéias do Mestre. Quando trouxeram a mulher adúltera até ele, a intenção era apedrejá-lo juntamente com ela, usá-la como isca para destruí-lo.
Ao chegarem com a mulher diante dele, a multidão ficou perplexa. Destilando ódio, comentaram que ela fora pega em flagrante adultério. E perguntaram quais era a sentença dele. Se dissesse “Que seja apedrejada!”, ele livraria a sua pele, mas destruiria seu projeto transcendental, seu discurso e principalmente seu amor pelo ser humano.
Se dissesse “Não a matem!”, ele e a mulher seriam imediatamente apedrejados, pois estariam indo contra a tradição. Se os fariseus tivessem feito a mesma pergunta aos discípulos de Jesus. Qual seria a resposta?  Provavelmente teriam dito para matá-la. Assim se livrariam do risco de morrer.
Qual foi a primeira resposta do Mestre diante desse grave incidente? Se você pensou: “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”, errou, essa foi à segunda resposta. A primeira foi não da resposta, foi o silêncio . Só o silêncio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas, ferimos quem mais amamos. Por isso, o silêncio é a oração dos sábios.
Para o mestre , aquela mulher, ainda que desconhecida, pobre, esfolada, rejeitada publicamente e adúltera, era mais importante do que todo o ouro do mundo, tão valiosa como a mais pura das mulheres. Era uma jóia rara que tinha sonho, expectativa. Valia a pena correr riscos para resgatá-la.
Para Ele, não havia um padrão para classificar as mulheres. Todas eram igualmente belas, não importando a anatomia do seu corpo, não importando nem mesmo se erraram muito ou pouco. Jesus precisava mudar a mente dos acusadores, mas nunca ninguém conseguiu mudar a mente de linchadores. O “eu” deles era vítima das janelas dos ódios, não eram autores da sua história, queriam ver sangue. O que fazer, então?
Ao optar pelo silêncio, Jesus optou por pensar antes de reagir. Ele escrevia na areia, porque escrevia no teatro da sua mente. Talvez dissesse para si mesmo: “Que homens são esses que não enxergam a riqueza dessa mulher? Por que querem que eu a julgue, se eu quero amá-la? Por que, em vez de olhar para os erros dela, não olham para seus próprios erros?”
O silêncio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, da tensão, oxigenando a racionalidade deles. Num segundo momento, eles voltaram a perguntar o veredicto do Mestre. Então, finalmente, ele se levantou.
Fitou os fariseus nos olhos, como se dissesse: “Matem a mulher! Todavia, antes de apedrejá-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparente em enxergar as suas falhas, erros e desejos”. Esse era o sentido de suas palavras. “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”
Os fariseus receberam um choque de lucidez com as palavras de Jesus. Saíram do cárcere. Deixaram de ser vítimas do instinto de agressividade e passaram a gerenciar suas reações. Racionalidade voltou. O resultado é que eles saíram de cena. Os mais velhos saíram primeiro porque tinham acumulado mais falhas ao longo da vida ou porque eram mais conscientes delas.
Jesus olhou para a mulher e fez uma delicada pergunta: “Mulher, onde estão seus acusadores?” O que ele quis dizer com essa pergunta e por que a fez? Em primeiro lugar, ele chamou a adúltera de “mulher”, deu-lhe o status mais nobre, o de um ser humano. Ele não a interrogou.
Para o Mestre dos Mestres , a pessoa que erra é mais importante do que seus próprios erros. Aquela mulher não era uma pecadora, mas um ser humano maravilhoso. Em segundo lugar, perguntou? “Onde estão os seus acusadores? Ninguém a acusou?” Ela respondeu: “Ninguém”. Ele reagiu: “Nem eu”.
E você ?
Talvez ele fosse a única pessoa que tivesse condições de julgá-la, mas não o fez. O homem que mais defendeu as mulheres não a julgou, mas compreendeu, não a excluiu, mas a abraçou. As sociedades ocidentais são cristãs apenas no nome, pois desrespeitam os princípios fundamentais vividos por Jesus. Um deles é o respeito incondicional pelas mulheres!
O homem que mais defendeu as mulheres não parou por aí. Sua última frase indica o apogeu da sua humanidade, o patamar mais sublime da solidariedade. Ele disse para a mulher: “Vá e refaça seus caminhos”. (Vá e não peques mais).
Jesus tinha todos os motivos para dizer: “De hoje em diante, sua vida me pertence, você deve ser minha discípula”. As autoridades usam seu poder para que as pessoas os aplaudam e gravitem em sua órbita. Mas Jesus , apesar do seu  poder sobre a mulher, foi desprendido de qualquer interesse. “Vá e revise a sua história, cuide-se. Mulher, você não me deve nada. Você é livre!”
Jesus a despediu, mas ela não foi embora. E por quê? Porque o amou. E, por amá-lo, o seguiu para sempre, inclusive até os pés da cruz, quando ele agonizava.  A base fundamental do amor é a liberdade à capacidade de escolha, e a capacidade de escolha só é plena quando temos liberdade de escolher o que amamos.

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